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quinta-feira, 14 de julho de 2011

Saúde sobre rodas: Bicicleta X Diabetes

Praticamente sem contra indicações, a bicicleta é perfeita para o paciente com diabetes

Aliada à dieta e aos medicamentos, a atividade física aeróbica ajuda a controlar o diabetes e a evitar possíveis complicações. Durante o exercício, é maior o consumo de substâncias nutritivas, como a glicose, pelo o organismo, que irá necessitar uma quantidade menor de insulina. De quebra, a ação da insulina fica mais eficiente. O que significa uma diminuição da dose diária do medicamento.

Andar de bicicleta pode ser uma ótima escolha. As vantagens são inúmeras. A atividade fortalece os músculos das pernas, nádegas, costas, peitos e abdômen. Como qualquer exercício aeróbico, aumenta a oxigenação, o que apressa a queima de gorduras e melhora o fluxo sanguíneo nos órgãos. Facilita, também, a absorção de nutrientes, beneficiando o sistema cardiorrespiratório.
O exercício atua na prevenção da osteoporose e de problemas cardíacos. Também tem sido usado na recuperação de pessoas que sofreram fraturas de ossos e que ficaram acamadas durante um longo tempo. E ainda disciplina a respiração, ajudando na drenagem dos pulmões.

É Hora de Começar:
A quantidade de exercício que vai ser praticado depende do preparo, da idade, de alguma doença associada ao diabetes e da capacidade física. Alguns ajustes na dieta e na dose diária de insulina podem ser necessários. Portanto, antes de mais nada, vá conversar com o seu médico. Em alguns casos, será necessária uma avaliação prévia dos sistemas cardiovascular, locomotor e circulatório.
Na hora de escolher o tipo de bicicleta que vai usar, o paciente deve levar em conta fatores de risco e de segurança. Segundo o endocrinologista Marco Antônio Vivolo, a ergométrica, ou estacionária, oferece um maior controle da atividade física e do gasto energético, o que ajuda a prevenir crises de hipoglicemia. “Além disso, no caso de uma crise o socorro é facilitado, pois a ergométrica fica em recinto fechado”, diz o médico. Vale lembrar que andar de bicicleta normal em plano reto, sem grandes ladeiras, faz o mesmo trabalho da estacionária.
Sair pedalando pelas ruas é igualmente ótimo e dificilmente se torna monótono. No entanto, o paciente deve ter cuidados redobrados. “Há sempre um risco de quedas e lesões”, alerta o Dr. Victor Matsudo, especialista em medicina esportiva, preocupado com a dificuldade na cicatrização de ferimentos. Portanto, é preciso usar equipamentos de segurança, como joelheiras e cotoveleiras. E ter sempre à mão um alimento com açúcar.
Se, durante a atividade, surgir algum sintoma de hipoglicemia, deve-se parar imediatamente e ingerir alguma coisa que contenha açúcar. Logo após o término do exercício é recomendável se alimentar, pois a glicose pode continuar diminuindo, uma vez que o organismo estará usando as reservas do corpo.

A Aplicação da Insulina:
O Dr. Marco Antônio Vivolo lembra que não é recomendável aplicar insulina na face anterior da coxa no dia do exercício pois, com o gasto energético, a absorção é mais rápida e pode levar a episódio de hipoglicemia. Outros lugares são preferíveis, como abdômen e braço. A aplicação da insulina também não deve ser feita imediatamente antes da atividade. A automonitorização não pode ser esquecida: é fundamental testar a glicemia antes de começar a pedalar para saber se está compensado, ou seja, glicemia <250mg/dl. Caso contrário, adie o exercício até estar em condição de realizá-lo.
Fique atento à intensidade do exercício, que deve ser moderada para não inverter a relação custo x benefício. “Pedalando com moderação, você vai ter um menor custo e o benefício será maior”, diz o Dr. Victor Matsudo. Exagerar na atividade física e exigir do organismo muito mais do que ele está habituado a fazer pode ser prejudicial à saúde.
Bastante cuidado com a mountain bike. Ela só é permitida para pacientes muito bem compensados e que se conheçam muito bem. Como é um exercício anaeróbico, há um grande perigo de crises de hipoglicemia. Equipamentos de segurança, como o capacete, não podem ser esquecidos. E, cuidado, a duração do trajeto nunca deve ser muito longa.
Movimente-se
Se você não é um grande fã da bicicleta, não importa. Escolha algum outro exercício. O importante é se movimentar, é agitar. E você não precisa ser fiel à bicicleta, ou a um único tipo de exercício qualquer. Se um dia você não estiver a fim de ficar em casa pedalando na sua ergométrica, vá caminhar na rua. O que vale é se exercitar com prazer e tornar seu estilo de vida ativo.
Estar sem tempo é uma desculpa inaceitável. O Dr. Matsudo ensina que, se você acumular 30 minutos de atividade física na maioria dos dias da semana, com intensidade moderada, estará dando adeus ao sedentarismo. Essa atividade pode ser praticada de maneira contínua ou acumulada. Ou seja, essa meia hora de exercício pode ser dividida em duas sessões de quinze minutos, ou em três de dez. Não tem mais desculpa...

Consultoria: Dr. Marco Antônio Vivolo, médico endocrinologista, Coordenador do Acampamento para Jovens com Diabetes da ADJ-UNIFESP; Dr. Victor Matsudo, especialista em medicina esportiva.
http://www.diabetes.org.br/maissaude/28/mat1.php

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