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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Cientistas criam método para isolar célula-tronco hematopoiética, capaz de refazer todo sistema sanguíneo

 RIO - Uma única célula é capaz de se transformar em todas as outras do sangue de uma pessoa. Conhecidas como células-tronco hematopoiéticas (HSCs, na sigla em inglês), elas estão na medula óssea de todos nós e são responsáveis por repor o sistema sanguíneo ao longo da vida, renovando-se continuamente. Mas conseguir isolá-las em meio às milhões de outras células presentes no sangue é um trabalho que tem desafiado os cientistas há décadas. Agora, porém, uma equipe de cientistas canadenses conseguiu identificar um marcador na superfície da membrana das HSCs que pode facilitar muito o trabalho, abrindo o caminho para o desenvolvimento de tratamentos mais eficientes contra a leucemia e outras doenças que afetam o sistema sanguíneo.
Para conseguir separar as HSCs, os cientistas canadenses usaram um equipamento chamado citômetro de alto fluxo, que funciona como um filtro, selecionando as células do sangue de acordo com critérios pré-definidos. Por meio de diversos processos seguidos, eles foram dividindo as amostras de sangue em subgrupos contendo outros marcadores já conhecidos que indicam que a célula por ser hematopoiética para, por fim, efetuar uma última seleção das que continham também o novo marcador, batizado CD49f. Injetada em camundongos, uma única célula com todos os marcadores conseguiu repovoar todo o sistema sanguíneo dos animais.
- Essas células-tronco são tão raras que é como achar uma agulha em um palheiro - diz John Dick, líder da equipe de pesquisadores e principal autor de artigo sobre a descoberta publicado na edição desta semana da revista “Science”. - Desde que a ciência das células-tronco começou, os pesquisadores têm procurado essa esquiva célula-mãe, a célula-tronco "pura" e única que pode ser controlada e cultivada antes do transplante nos pacientes. Recentemente, os pesquisadores começaram a recolher as células-tronco encontradas no sangue de cordões umbilicais, mas para muitos pacientes uma única doação não é suficiente. Com essa descoberta, demos um grande passo para gerar quantidades suficientes de HSCs de forma a permitir seu uso clínica e trazer para mais perto da realidade a promessa da medicina regenerativa.
por Cesar Baima 
extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia

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