Entrevista com o endocrinologista pediátrico Durval Damiani, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo
Colesterol alterado costuma estar associado ao avanço da idade. Entretanto, há crianças que apresentam o colesterol total em taxas muito acima da normalidade: idealmente deveria estar abaixo de 150mg/dL, sendo tolerável até 170mg/dL. Da mesma forma, o HDL, que é o colesterol "bom", deve estar acima de 40mg/dL e o LDL (o colesterol "ruim") deve estar abaixo de 100mgdL. Em muitos casos, o problema é genético. O pediatra Durval Damiani, do Instituto da Criança, explica por que isso acontece e como é o tratamento.
Durval Damiani - "Geralmente a criança que tem colesterol alterado apresenta, em seu histórico familiar, parentes com o mesmo problema e até pessoas que sofreram infarto em idade jovem. Nesses casos, a criança nem precisa estar obesa ou ser portadora de diabetes mellitus e a alteração do colesterol pouco tem a ver com o que ela come. Essa é a chamada hipercolesteremia familiar e resulta da herança genética vinda de um ou de ambos os pais.
Há casos, esses mais raros, na proporção de 1 em 1 milhão, em que a criança recebe essa herança genética do pai e da mãe ao mesmo tempo e, aí, ela pode apresentar alterações no colesterol já com poucos meses de vida.
O tratamento sempre deve ser iniciado com uma correta adequação alimentar e pode requerer o uso de medicamentos, indicados a partir dos 8 anos de idade. No entanto, quando a herança genética vem dos dois pais (hipercolesterolemia familial homozigótica) e o problema se apresenta desde bebê, a medicação é utilizada antes. Isso porque crianças com essa forma rara de hipercolesterolemia têm risco de infarto aos 20 anos na ordem de 50%, chegando aos 100% de risco aos 40 anos de idade.
Crianças também podem ter alteração no colesterol simplesmente por estarem obesas e, no caso de diabéticas, com a glicemia descontrolada. Em alguns casos, o tratamento pode ser feito apenas com dieta e atividade física que levem à perda de peso e um controle mais adequado do diabetes, quando for o caso, o que, em geral, melhora as concentrações de colesterol. Quando isso é possível, evita-se o uso de medicamentos que, se administrados, precisam ser utilizados por toda a vida, gerando o inconveniente de efeitos colaterais de ordem muscular e hepática."
Durval Damiani - "Geralmente a criança que tem colesterol alterado apresenta, em seu histórico familiar, parentes com o mesmo problema e até pessoas que sofreram infarto em idade jovem. Nesses casos, a criança nem precisa estar obesa ou ser portadora de diabetes mellitus e a alteração do colesterol pouco tem a ver com o que ela come. Essa é a chamada hipercolesteremia familiar e resulta da herança genética vinda de um ou de ambos os pais.
Há casos, esses mais raros, na proporção de 1 em 1 milhão, em que a criança recebe essa herança genética do pai e da mãe ao mesmo tempo e, aí, ela pode apresentar alterações no colesterol já com poucos meses de vida.
O tratamento sempre deve ser iniciado com uma correta adequação alimentar e pode requerer o uso de medicamentos, indicados a partir dos 8 anos de idade. No entanto, quando a herança genética vem dos dois pais (hipercolesterolemia familial homozigótica) e o problema se apresenta desde bebê, a medicação é utilizada antes. Isso porque crianças com essa forma rara de hipercolesterolemia têm risco de infarto aos 20 anos na ordem de 50%, chegando aos 100% de risco aos 40 anos de idade.
Crianças também podem ter alteração no colesterol simplesmente por estarem obesas e, no caso de diabéticas, com a glicemia descontrolada. Em alguns casos, o tratamento pode ser feito apenas com dieta e atividade física que levem à perda de peso e um controle mais adequado do diabetes, quando for o caso, o que, em geral, melhora as concentrações de colesterol. Quando isso é possível, evita-se o uso de medicamentos que, se administrados, precisam ser utilizados por toda a vida, gerando o inconveniente de efeitos colaterais de ordem muscular e hepática."
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