Postagens populares

domingo, 10 de abril de 2011

Sibutramina, por que foi proibida?

A sibutramina foi desenvolvida no final de 1980, sendo incialmente utilizada como antidepressivo, foi constato que os pacientes ao fazer uso do medicamento apresentavam uma considerável perda de peso. Durante a pesquisa sobre o mecanismo de ação foi encontrado duas maneiras distintas de ação, a primeira reduz a vontade de comer promovendo aumento de saciedade bloqueando de maneira efetiva a recaptação de neurotransmissores, serotonina, dopamina e noraepinefrina. Com a manutenção destes neurotransmissores a níveis elevados o centro da saciedade se mantem ativado e o centro da fome inativo.
A segunda forma de ação do medicamento é prevenir a redução do gasto energético, ou seja manutenção do metabolismo acelerado por tempo prolongado favorecendo a redução de peso. Esta manutenção ocorre promovendo uma maior estimulação cerebral, age principalmente no centro do prazer, quando retirado o medicamento se torna um supressor do sistema nervoso central o que pode conduzir a depressão por este ter conduzido o paciente a uma dependência.
Não existe comprovação científica que o medicamento seja eficaz no tratamento de obesidade, em 2010, a EMEA (European Medicines Agency), recomendou a suspensão da venda de sibutramina, devido ao aumento do risco de acidentes cárdio vasculares, no Brasil a sibutramina foi proíbida pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) por meio do Art.1º da Resolução RDC n° 47 de 2 de junho de 2000.
Temos vivido em uma época onde buscamos soluções práticas para nossos problemas, mas quando falamos de saúde não existem atalhos para obter sucesso no tratamento, a ANVISA tem tomado providências para proibir medicamentos que não tem comprovações científicas do seu funcionamento, e onde os efeitos colaterais dos mesmos podem causar sérios danos a saúde. A sibutramina vinha sendo utilizada de forma indiscriminada, sem respeitar nenhum escrúpulo, este medicamento quando liberado deveria ser indicado para pacientes com IMC (índice de massa corporal) maior ou igual a 30kg/m2 classificados como obesos mórbidos ou pacientes com IMC maior ou igual a 27kg/m2 associado a um fator de risco como hipertensão, mas o interessante de tudo isso é que o medicamento aumenta o risco de problemas cardíacos (segundo a bula do medicamento) dentre eles a hipertensão.
Assistimos debates acirrados sobre o assunto onde grande parte da comunidade científica e a indústria farmacêutica são contra a decisão da ANVISA, enquanto um pequeno grupo apoia a decisão, infelizmente a discussão tem girado em torno do lucro da indústria, do número de demissões que essa medida pode causar e das vantagens que deixarão de ser pagas pelas industrias aos médicos, mas e a saúde da população ou os gastos da previdência quando vão entrar na pauta da discusão.
Durante estudos clínicos foram observados os seguintes efeitos colaterais: aumento de pressão, taquicardia, palpitações, vasodilatação, constipação, xerostomia (boca seca), dor de cabeça, insônia, parestesia (sensações cutâneas como: frio, calor, formigamento, pressão entre outros), lombalgia, náusea, dispepsia (dificuldade de digestão), sudorese, alteração do paladar, dismenorréia (cólica mestrual), alterações visuais. Houve um número significativamente maior de casos de infecção de ouvido, sinusite e resfriado comum entre pacientes usuários do medicamento em relação a usuários de placebo.
Ontem dia 07 de abril a ANVISA suspendeu em todo o país a fabricação, importação, distribuição, o comércio e uso dos produtos Quitosana e Quitosana associada a outros produtos das marcas Algas Regi, Sliminus e Fibratto; o motivo da proibição foi à presença da sibutramina em um produto que é considerado alimento e não medicamento.
A melhor maneira de evitar esses problemas é buscar levar uma vida saudável utilizando as coisas simples que Deus nos deu como forma de prevenir e tratar doenças.
Dr. Ricardo Vargas
Twitter: @nutrivargas

Nenhum comentário: